quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Constelações Familiares segundo Bert Hellinger

O Trabalho com as Constelações Familiares - Uma introdução de Bert Hellinger
O caminho do conhecimento
Dois movimentos nos levam ao conhecimento. O primeiro se estende e quer abarcar algo até então desconhecido para dele se apropriar e dele dispor. O esforço científico pertence a esse tipo e sabemos quanto ele transformou, assegurou e enriqueceu o nosso mundo e a nossa vida. O segundo movimento se origina quando nos detemos, durante nosso esforço em abarcar o desconhecido, e dirigimos o olhar, não mais para um determinado objeto palpável, mas para um todo. Assim, o olhar está disposto a receber, simultaneamente, a diversidade que se encontra à sua frente. Quando nos deixamos levar por esse movimento, por exemplo, diante de uma paisagem, uma tarefa ou um problema, notamos como nosso olhar fica, ao mesmo tempo, pleno e vazio. Pois só podemos nos expor à plenitude e suportá-la, quando prescindimos primeiramente dos detalhes.
Assim, detemo-nos em nosso movimento exploratório e nos retraímos um pouco, até atingirmos aquele vazio que pode resistir à plenitude e à diversidade. Esse movimento, que primeiramente se detém e depois se retrai, chamo de fenomenológico. Ele nos conduz a conhecimentos distintos daqueles obtidos pelo movimento do conhecimento exploratório. Contudo, ambos se completam. Pois também no movimento do conhecimento científico exploratório precisamos, às vezes, deter-nos e dirigir nosso olhar, do estreito ao amplo, do próximo ao distante. Por sua vez, o conhecimento resultante do procedimento fenomenológico precisa ser verificado no indivíduo e no próximo.

O processo
No caminho do conhecimento fenomenológico, expomo-nos, dentro de um determinado horizonte, à diversidade dos fenômenos, sem escolher entre eles e nem avaliá-los. Esse caminho do conhecimento exige, portanto, um esvaziar-se, tanto em relação às idéias preexistentes quanto aos movimentos internos, sejam eles da esfera do sentimento, da vontade ou do julgamento. Nesse processo, a atenção é simultaneamente dirigida e não dirigida, centrada e vazia. A postura fenomenológica requer uma prontidão tensionada para a ação, sem passar, entretanto, à execução. Graças a essa tensão, tornamo-nos extremamente capazes e prontos para perceber. Quem a suporta percebe, depois de algum tempo, como a diversidade presente no horizonte se dispõe em torno de um centro e, de repente, reconhece uma conexão, uma ordem talvez, uma verdade ou o passo que leva adiante. Esse conhecimento provém igualmente de fora, é vivenciado como uma dádiva e é, via de regra, limitado.

O Trabalho com as Constelações Familiares
O que o procedimento fenomenológico possibilita e requer pode ser experimentado e descrito de modo especialmente marcante através do trabalho com as constelações familiares. Pois a colocação da constelação familiar é, por um lado, o resultado de um caminho do conhecimento fenomenológico e, por outro lado, o procedimento fenomenológico obtém resultado, quando se trata do essencial, apenas através da contenção e confiança na experiência e compreensão por ele possibilitadas.

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